Atualmente, 537 milhões de adultos (20-79 anos) vivem com diabetes no mundo. A 10ª edição do IDF Diabetes Atlas relata um aumento global contínuo da prevalência de diabetes, confirmando o diabetes como um problema de saúde pública global. Todavia, apesar desse sério problema de saúde colocar em risco a vida de muitas pessoas, ainda não se descobriu a cura para essa doença, sendo portanto considerada uma doença crônica, possivelmente controlável, se tomados os devidos cuidados. Felizmente, estão sendo testadas algumas vacinas contra o diabetes.
O diabetes foi responsável por 6,7 milhões de mortes em 2012 (1 a cada 5 segundos), sendo classificado como a sexta causa de morte no Brasil. Considerando a gravidade do assunto, os estudos realizados acerca do diabetes estão avançando.
Desde o ano de 2021, estão sendo testadas algumas vacinas contra a diabetes e felizmente, apresentaram resultados muito positivos. O estudo foi realizado em indivíduos com diabetes tipo 1 e a vacina ajudou a preservar a produção natural de insulina do corpo.
Em pessoas com diabetes tipo 1, o sistema imunológico do corpo ataca células do pâncreas (células beta) que produzem insulina – hormônio necessário para que as células absorvam a glicose da corrente sanguínea. Diabéticos do tipo 1, precisam de injeções de insulina por toda a vida.
E como muitos fatores ocultos no corpo podem afetar a quantidade de insulina de que uma pessoa precisa, quem é insulinodependente geralmente apresenta níveis altos ou baixos de açúcar no sangue.
“Nós queremos testar se uma vacina seria capaz de parar ou retardar a destruição das células beta produtoras de insulina. E isso foi possível, ao menos em um subconjunto de pacientes recém-diagnosticados com a doença”, disse, em comunicado, o autor principal, Johnny Ludvigsson, professor do Departamento de Ciências Biomédicas e Clínicas da Universidade de Linköping, na Suécia.
Como foi feito o estudo?
Ludvigsson e sua equipe desenvolveram uma vacina feita de proteína glutamato descarboxilase (GAD-algum), que é a mesma proteína que ativa o sistema autoimune (corpo destrói as próprias células) nos portadores de diabetes tipo 1 e faz com que as células betas sejam destruídas.
Os pesquisadores queriam verificar se uma vacina que oferecesse ao corpo uma maior quantidade da proteína (GAD-alum), ajudaria o sistema imunológico a tolerar melhor o natural do corpo e, assim, parar de atacar as suas próprias células produtoras de insulina.
Os pacientes foram divididos em dois grupos: metade, designada aleatoriamente, recebeu três injeções da vacina – aplicada nos nódulos linfáticos, cada uma com um mês de intervalo –, e a outra metade recebeu um placebo.
Resultados
Após 15 meses, verificou-se que o subconjunto que recebeu a vacina e desenvolveu uma variantes específica, não perdeu a produção de insulina tão rapidamente quanto os outros participantes.
“O tratamento com GAD-alum parece ser uma maneira promissora, simples e segura de preservar a produção de insulina em cerca de metade dos pacientes com diabetes tipo 1, aqueles que têm o tipo certo de HLA”, disse Ludvigsson.
A vacina segue em estudos maiores e esperamos que eles levem a uma droga que possa mudar o progresso do diabetes tipo 1.