Diabetes gestacional é um tema que preocupa muitas gestantes pois é uma das complicações mais frequentes da gravidez.
Neste artigo vamos explicar sobre como é feito o diagnóstico do diabetes gestacional, como é o acompanhamento e os possíveis efeitos negativos para a gravidez.
O diabetes gestacional é uma das principais complicações da gravidez e a ocorrência dessa doença tem aumentado muito no mundo nos últimos anos. O diabetes é essencialmente o aumento das taxas de glicose no sangue da mãe, que leva a um aumento da glicose que é oferecida para o feto.
Resumo do Artigo
Fatores de risco:
Existem alguns fatores de risco para o diabetes gestacional e algumas mulheres são mais propensas a apresentar essa doença. Alguns fatores de riscos, são mulheres nos extremos da vida reprodutiva (como mulheres na faixa dos 40 anos), adolescentes com histórico familiar de diabetes, gestações provenientes de tratamento como fertilização in vitro e, principalmente, mulheres que têm maus hábitos alimentares, que engravidaram acima do peso e, principalmente, que ganham muito peso durante a gestação.
Como é feito o diagnóstico do diabetes gestacional?
Existem algumas formas de se fazer o diagnóstico do diabetes gestacional, mas a maior parte do mundo, como aqui no Brasil, segue o protocolo da Associação Americana de Diabetes.
O diagnóstico pode ser feito no início da gestação, pela glicemia de jejum, que faz parte dos exames básicos que a mulher faz logo que descobre que está grávida. Se ela apresenta uma glicemia alterada pelo protocolo atual, ela já é classificada como tendo diabetes gestacional, mesmo sendo numa fase bem precoce.
O diagnóstico de diabetes acontece por volta de 24 a 28 semanas, que é o período adequado para a mulher realizar a curva glicêmica. Esse é um teste padrão para todas as gestantes. Elas devem ir ao laboratório em jejum de oito horas e coletar a taxa de glicose. A primeira amostra é coletada após jejum e as demais após a ingestão de uma dose de glicose, geralmente de 75 gramas. S e coletam amostras de 30 em 30 minutos até completar duas horas após a ingestão da glicose. Se a mulher apresentar apenas um valor alterado, ela já pode ser diagnosticada com diabetes gestacional.
Os valores de referência para o exame de curva glicêmica gestacional são:
– Normal – inferior a 140 mg/dL
• Tolerância diminuída a glicose – entre 140 e 199 mg/dL
• Considerado diabetes – superior a 200 mg/dL
O diabetes é o aumento das taxas de glicose no sangue. Colocando de forma simples, quando ingerimos um alimento, ele é transformado em glicose e vai para a corrente sanguínea. O que acontece na gestação é um efeito fisiológico de resistência à insulina, ou seja, uma maior dificuldade da insulina agir. Isso acontece em todas as gestantes, mas naquelas em que esse efeito é mais acentuado é considerada como diabetes gestacional, pois a taxa de glicose da mãe fica persistentemente mais alta. Na medida em que a mãe tem mais dificuldade de jogar esse excesso de glicose na corrente sanguínea para dentro das células e baixar esse nível de glicose, a mãe passa a oferecer pro feto e passar pela placenta uma taxa de glicose maior.
O que é insulina?
A insulina é basicamente um hormônio anabolizante que faz o feto crescer e aumentar muito de peso e de tamanho e esse é um dos principais efeitos negativos do diabetes gestacional, além disso ela aumenta muito a quantidade de líquido amniótico. Isso pode levar a complicações no parto e também aumenta o risco de hipoglicemia neonatal.
Hipoglicemia Neonatal
Logo após o nascimento, todo o excesso de glicose que está no cordão é ingerido pelo bebê. É muito comum que o bebê, que estava acostumado a receber muita glicose e a produzir muita insulina, faça hipoglicemia. Ou seja, tenha uma queda da glicose abrupta e isso é uma complicação que pode levar o bebê para a UTI.
Existem alguns estudos mostrando que bebês que nasceram de mães com diabetes gestacional tem mais risco de terem doenças metabólicas como excesso de peso, diabetes, hipertensão, entre outras. Mulheres que tiveram diabetes gestacional, na sua maioria, não vão continuar diabéticas depois do parto, esse é um efeito causado basicamente pela placenta. Após sair a placenta, a maioria das mulheres deixa de ser diabéticas.
É necessário que se faça um exame de controle, cerca de um mês e meio a dois meses pós parto, para confirmar se a mulher não continuou diabética pois a diabete gestacional aumenta o risco da mulher ao longo da vida de vir a se tornar diabética. Por isso é importante o controle desse e de outros fatores de risco, como o excesso de peso e dietas ricas em alimentos ultraprocessados. Praticar exercícios físicos e ter outros hábitos saudáveis auxiliam no combate do diabetes.
Tenho diabetes gestacional, o que fazer?
Caso seja diagnosticada com diabetes gestacional, a primeira coisa a se fazer é agendar uma consulta a um nutricionista. O controle da alimentação é um pilar importante no tratamento do diabetes. Outro ponto importante é o controle glicêmico. O uso de aparelhos para controle de glicose (chamados de glicosímetro), onde você pica o dedo e pega uma gotinha de sangue e faz a análise da glicemia auxilia no monitoramento da glicemia e ajuda a garantir que glicemia esteja dentro dos níveis normais.
De modo geral, o efeito negativo do diabetes só acontece quando a glicemia fica persistentemente alterada. Se a mulher conseguir seguir uma alimentação equilibrada, orientada por um nutricionista e fizer o controle glicêmico com a glicemias mantendo normal, o efeito para o feto tende a ser muito pequeno. Ou talvez nenhum. É quase como se ela não tivesse o diabetes.
Por isso, é extremamente importante que a mulher tenha um acompanhamento de um nutricionista e faça um controle glicêmico rigoroso.
Em resumo é importante saber que é possível curar e reverter o diabetes gestacional com ações simples como o controle da glicemia e reeducação alimentar. A pratica de esportes é um forte aliado no combate ao diabetes gestacional pois além de fazer bem ao organismo os exercícios auxiliam no controle do peso e alguns exercícios podem ser feitos mesmo durante a gestação.