A resistência à insulina está associada ao diabetes tipo 2, e no Brasil, cerca de 16 milhões de pessoas, já desenvolveram a doença.
Ela está relacionada com o estilo de vida do indivíduo, mais diretamente com seu estilo alimentar e pode ser considerada uma síndrome metabólica.
Como a resistência a insulina precede o diabetes, o Atlas do Diabetes da Federação Internacional de Diabetes (IDF), prevê medidas para prevenir a doença.
Neste artigo, vamos explicar a importância do diagnóstico da resistência à insulina para avaliar seu histórico de saúde.
Resumo do Artigo
O que é resistência à insulina?
A resistência à insulina ocorre quando há a produção de uma quantidade elevada de insulina pelo pâncreas a fim de controlar a glicose em nosso organismo. Essa produção elevada se dá ao fato de nosso organismo estar sobrecarregado devido a necessidade de sempre estar produzindo insulina para manter os níveis normais de glicose resultando assim na resistência insulinica.
A insulina é um hormônio produzido pelo pâncreas, sendo responsável pelo fornecimento de energia às células. Essa substância é essencial para o organismo, pois ajuda a manter os níveis de açúcar no sangue em valores normais. As células precisam deste fornecimento para que elas possam desempenhar suas funções no organismo humano.
Quando o corpo tem dificuldade em absorver a glicose do sangue, ele estimula a produção de mais insulina. Por conseguinte, essa ação aumenta o nível desse da insulina no sangue.
Quando a resistência à insulina se agrava e o pâncreas não produz insulina suficiente para armazenar a glicose, o nível de açúcar no sangue se torna alto, geralmente, após as refeições.
Quando isso ocorre estamos falando de pré-diabetes.
O que causa a resistência insulina?
A resistência à insulina pode ter várias causas e origens, que podem favorecer o aparecimento da síndrome.
Comumente, a obesidade se tornou a causa mais comum de resistência à insulina, entretanto, podem existir outros fatores.
Outras condições que também podem causar resistência insulínica são:
- Uso de corticoides e imunossupressores;
- Idade avançada;
- Uso incorreto de insulina exógena;
- Ingestão elevada de açúcar durante a vida do indivíduo;
- Má alimentação;
- Má qualidade do sono;
- Terapia antirretroviral para HIV;
- Algumas condições de saúde como a síndrome dos ovários policísticos.
Quando as células, por exemplo, do fígado ou músculos se tornam resistentes à insulina, há menos glicose capaz de entrar nessas células.
Como consequência, o açúcar permanece no sangue.
Sinais de resistência insulina
Geralmente, os sinais da resistência à insulina são assintomáticos, mas podem ser identificados pelo médico na ocorrência de:
- Fraqueza constante e sensação de fadiga;
- Dificuldade de se concentrar;
- Obesidade, mas também perda de peso de forma rápida;
- Flatulências e inchaço;
- Candidíase;
- Constipação intestinal ou diarreia;
- Hipertensão.
Como saber se tenho resistência insulina?
Através dos sinais, a pessoa com resistência insulínica pode ser capaz de identificar a possibilidade de ter desenvolvido a síndrome.
Por isso, outros sinais podem indicar que você precisa realizar o exame de resistência à insulinacomo, por exemplo:
- Aumento do apetite;
- Sede excessiva;
- Vontade frequente de urinar;
- Dor de cabeça;
- Sede excessiva;
- Visão embaçada.
Qual é o exame para resistência a insulina?
Existem exames, além do comumente conhecido exame de glicose de jejum, capazes de identificar à resistência à insulina.
Os exames mais comuns são:
Exame de glicose de jejum
Este exame é solicitado pelo médico e deve ser feito com 8 a 12 horas de jejum.
Neste tipo de exame, uma amostra de sangue é coletada do paciente, em seguida avaliada em laboratório.
Os valores de referência do exame de glicose em são:
- Normal: inferior a 99 mg/dL;
- Glicemia de jejum alterada: entre 100 mg/dL e 125 mg/dL;
- Diabetes: igual ou superior a 126 mg/dL pelo menos em dois exames.
Índice de HOMA
Outra maneira de identificar a resistência à insulina é através do índice de HOMA.
Este exame ajuda a avaliar a resistência à insulina, bem como as funções do pâncreas (HOMA-Beta).
Geralmente, os valores normais do índice de HOMA geralmente são os seguintes:
- Valor de Referência do HOMA-IR: inferior a 3,4;
- Valor de Referência do HOMA-Beta: entre 167 e 175.
Teste oral de intolerância à glicose (TOTG)
Aqui, é necessário medir do valor da glicose antes e após a ingestão de cerca de 70 g de líquido açucarado.
O resultado deste exame sai 2 horas após a ingestão do líquido, da seguinte forma:
- Valor normal: até 140 mg/dl;
- Resistência à insulina: entre 140 e 199 mg/dl;
- Diabetes: igual ou superior a 200 mg/dl.
O médico somente irá solicitar o teste oral de tolerância à glicose quando o exame de glicose em jejum estiver alterado.
Formas de tratamento
Existem diferentes formas de tratamentos para resistência à insulina que vão desde orientações médicas à mudança de hábitos.
O uso de medicamentos e terapias com insulina também podem ser indicados.
Outro detalhe é que a síndrome desencadeia muitas complicações, entre elas os riscos cardiovasculares e metabólicos.
Dito isso, o tratamento em paralelo ao da resistência à insulina, pode ser indicado pelo médico.
Resistência insulina é reversível?
A resistência à insulina é reversível, mas é preciso acompanhamento médico entre outras medidas.
Se você acredita que pode estar sofrendo com essa condição metabólica, o ideal é começar desde já a mudar sua rotina.
Atividade física para baixar o açúcar no sangue
Não há nada melhor para reduzir o açúcar no sangue naturalmente do que se exercitar regularmente.
Estas ações são recomendações da OMS que aconselha caminhar cerca de 30 minutos todos os dias.
É claro que as capacidades físicas de cada um devem ser respeitadas.
Alimentação saudável
Ter bons hábitos alimentares é fator essencial para evitar a resistência à insulina no corpo.
O açúcar de mesa branco é um dos principais causadores da diabetes tipo 2 no mundo, presente também em alimentos processados.
Não se trata de eliminar todos os açúcares dos alimentos naturais, mas de reduzir drasticamente os açúcares rápidos.
Bons exemplos são os produtos processados como doces, chocolates, bebidas açucaradas, etc.
Resistência insulina e ganho de peso
Como dito, a resistência insulínica é causada pelo ganho de peso, assim como pode ser causador da perda do mesmo.
E quando o tratamento por meio de injeções de insulina é necessário, pode desencadear a obesidade.
Isso porque um dos efeitos de tomar insulina é o aumento do risco de ganho de peso.
O açúcar presente no sangue que não é utilizado quando a insulina o transporta para as células é armazenado como gordura.
Sendo assim, se continuar a comer como antes de tomar insulina, o paciente corre o risco de se tornar obeso.
Qual a melhor dieta?
Algumas dietas são indicadas para minimizar ou neutralizar picos de açúcar no sangue.
As principais dietas indicadas pelos nutrólogos para quem tem resistência à insulina são:
Jejum Intermitente
O jejum intermitente é indicado para quem precisa perder peso. Abaixo temos veremos alguns protocolos que podem ser praticados:
- Jejum de 16/8: ou seja, 2 refeições diárias com intervalo de jejum por 8 horas entre cada uma, em um total de 16 horas em jejum;
- Jejum de 5:2: Aqui a pessoa consome de 500 a 600 calorias durante 2 dias na semana e nos outros 5 dias, a alimentação é normal.
- Jejum de 24 horas: jejum durante 1 dia e 1 noite, entre uma ou duas vezes por semana
Dieta Mediterrânea
A dieta mediterrânea é ideal para prevenir o diabetes, pois é regada de alimentos saudáveis.
A priorização por alimentos frescos como peixes e frutos do mar é grande. Além disso, vegetais e gorduras saudáveis estão inclusos.
Você pode conhecer mais a respeito da dieta mediterrânea nesse clicando aqui.
Lista de alimentos que diminuem a resistência à insulina
Para te ajudar na escolha do cardápio, confira alguns alimentos que diminuem a incidência da resistência insulínica:
- Frutas como banana, limão e maçã;
- Sementes como avelã e castanhas;
- Leguminosa;
- Alimentos probióticos;
- Chá de gengibre ou de canela.
Veja a quais os principais alimentos que ajudam a diminuir a resistência à insulina.
Alimentos quem pioram a resistência insulina;
Agora, confira aqueles alimentos que você deve evitar:
- Açúcar refinado;
- Alimentos processados/industrializados;
- Sorvetes;
- Bebidas açucaradas como refrigerantes e sucos de caixinha;
- Frituras.
Se sua família tem pré-disposição ao diabetes, não deixe de realizar os exames para detectar a presença da doença. E mesmo que não tenha incidência na família, faça um check-up anual para avaliar sua saúde.Esperamos que este conteúdo tenha sido útil para você. Não deixe de comentar e de compartilhar nas redes sociais.